Eu sou. Eu estou. Eu, Helena, pessoa, sou, estou apaixonada por uma mulher. Eu, pessoa do sexo feminino, quero e desejo outra pessoa, esta do mesmo sexo. Eu me reprimi. Eu disse a mim mesma que isso passaria, que não era nada demais. Eu disse que a vida era bem mais do que os meus sentimentos mundanos, que logo eu não sentiria mais isso. Só que meses se passaram e o sentimento continua o mesmo - eu continuo apaixonada, eu continuo amando. Eu continuo querendo a mesma pessoa, a mesma mulher. A mesma mulher me completa, a mesma mulher demonstra os mesmos gostos dos meus - por mais que isso pareça esquisito. A mesma mulher demonstra que o amor da nossa vida não está apenas no sexo oposto, mas em qualquer pessoa. Não importa a cor, a idade, o credo, o gênero - uma pessoa sempre é uma pessoa; se você está destinado a alguém, está destinado a alguém. E não há nada que ninguém possa fazer, não importa a convenção social ou familiar. Ana Carolina Arcanjo Silva: Eu amo você. Você é a pessoa, a mulher da minha vida. Que venham nossos planos e nossos filhos; eu VOU passar o resto da minha vida com você.

Read More

Adotar é bem mais legal.

As meninas do Vodka Blush (de Brasília, cujas festas eu recomendo horrores [ http://twitter.com/vodkablush ]) já estão no meu twitter tem um tempo e vira e mexe elas falam sobre adoção de animais. Eu sempre fiz campanha a favor da adoção, mas hoje em dia eu tenho dois motivos mais do que fortes para reforçar isso; apresento a vocês meus filhotes, Mika (a malhada tricolor) e Louis: Enfim, são meus filhotes. Eu tenho mais um, o Mingau, mas que eu ganhei dos meus pais quando eu tinha 11 anos e ele ainda mora na casa deles. A Mika eu peguei logo depois que vim morar sozinha: encontrei ela em um beco do lado de uma padaria do lado da faculdade, voltando para casa. Tão linda, tão simpática, toda machucada... e hoje tá aí: não valendo nada e dando gosto de ver. O Louis veio mais como imposição do destino: apareceu no motor do meu carro no começo desse ano, depois de uma noite de muita chuva. Fiquei um mês tentando me convencer de que não estava apaixonada pelas manchinhas do seu rosto e tentando achar alguém que o quisesse.... na falta, fiquei pra mim (na maior felicidade do mundo). Nos dois casos eu fui à UIPA de São Carlos (SP) para poder castrar os dois; aliás, a castração é outra campanha que merece mais atenção, mas não é o motivo do post. Fui lá umas cinco vezes e, toda vez, eu fico com o coração na mão: são tantos cães e gatos naquele espaço, com pouca gente tentando cuidar, com tão pouco recurso... Um cão e um gato adotados são tão lindos, tão especiais e tão inteligentes quanto um comprado por muito dinheiro em um canil ou gatil de renome. E vale a pena. Vale a pena ter cobertor de pés no inverno (Mika) e gato entrando debaixo das suas cobertas de madrugada pq está com frio. Vale a pena tentar estudar com um gato sentado em cima dos cadernos e, mais do que tudo, vale a pena ver que você faz a diferença na vida de um ser tão especial. Não compre, adote! É rápido, fácil, indolor, não custa nada... e faz muita diferença. Cheers. ;)

Read More

Vem a bomba, cai em cima de você; você olha para os lados e se dá conta "caralho, é comigo mesmo." Direita? Nada. Esquerda? Só uma pessoa te olhando pasma. Na frente está o autor da bomba. Atrás... ninguém lembra de olhar, mas digamos que não há nada. E as bombas vem, e, muita gente assim como eu entende o termo "pára-raio de problemas". E é tanto problema que a gente fica sufocado, parece que você está dentro de uma grande redoma de vidro e que a água está entrando por baixo... e todo mundo está te olhando, você está em cima de um palco. As luzes se acendem, todo mundo te vê melhor, a água entrando, você pensando "o que diabos eu to fazendo aqui?". E pensa nos dias em que a vida foi mais fácil, em que as preocupações eram menores; pensa na infância e nos dias em que o maior problema era chegar na aula e levar anotação da professora. E a água vai subindo e já está quase no seu joelho; você olha pra frente e tem um infeliz com cabelo estranho que só falta rir da sua cara de espanto. Olha pra cima e vê que não, não há como sair. "Como eu entrei aqui mesmo?" você pensa; e se dá conta de que não tem a mínima idéia, só sabe que está lá. Só sabe que tudo que tem acontecido te levou a esse exato momento e que não adianta, não há escapatória: a água vai subir, os problemas vão continuar, não importa o que você faça. E a água continua subindo, você já sente o gelado na cintura. "Ai que saudades que eu tenho da minha infância querida, da aurora da minha vida, que os anos não trazem mais..." E mais bomba em cima de você, parece que o nível da água sobe cada vez mais. E você pensa em tudo que se deve fazer e tudo que esperam de você. Todas aquelas palavras que, um dia, deveriam ter sido de estímulo, mas que hoje você enxerga como pura cobrança e se dá conta de que SIM, eram pura cobrança - mas na época você nem se deu conta. As luzes do palco se apagam e as da platéia se acendem; todo mundo está ali, todo mundo te olha e ninguém faz nada. Todos os seus conhecidos, todos os desconhecidos, todos aqueles que você não queria ver nunca mais na vida, todos aqueles a quem você dedicou o resto dos seus dias. Alguns tentam subir pra ajudar, mas algo impede; e a água sobe e já está nos seus ombros. E é casa, família, filhos, bichos, política, sociedade, vida; todo mundo quer tudo de tudo, desde que esse tudo vire-se para si... então você não pode ter o que quer, pq tem que pensar nos outros, mas ninguém faz nada pensando em ninguém a não ser em si mesmo; aí você se dá conta de que muito provavelmente você é uma das pessoas que conhece que realmente tenta fazer as coisas diferente e se cansou disso. Cansou de patada, cansou de problemas, preocupações, crises. Você se cansou da cobrança de ser a melhor pessoa do mundo no meio de todo um resto que faz questão de mostrar que importa-se apenas com o próprio umbigo. A luz do palco acende e a água está no seu pescoço. A redoma está quase cheia e você pensa que não há mais nada que você consiga realmente suportar, pq é coisa demais para uma pessoa só; mas os problemas continuam vindo, e a infância volta. A infância volta com os sorvetes, a casa da vó. O lanche na casa dos amigos, as férias na praia. A primeira vez na neve, a primeira vez que dirigiu um carro, a sensação de se apaixonar pela primeira vez. O primeiro "10" na escola - que você realmente estudou por. E você se lembra do tempo em que seu esforço era recompensado e que você até conseguia se sentir bem consigo mesmo - e se lembra que, mesmo lá, já tinha muita gente dedicando grandes feitos a você; caso você não os concretize, não adianta... vc é um fracasso. Sua vida está fadada ao fracasso. Se você não segue as regras, vc é um perdedor, um pária, um estranho, um anormal. Se você não faz tudo que todo mundo faz, os problemas se multiplicam. Se você não consegue resolver todos os seus problemas, você é um fraco perante um mundo cruel. O mundo, sim, o mundo é cruel - a platéia grita -, mas você TEM de se dar bem. Você não respira mais, não há mais ar, não há mais espaço para tantos pensamentos. E a sua vida, para onde foi?

Read More
Tecnologia do Blogger.
 

©2009Bangalô Mafagafô | by TNB