sábado, 8 de agosto de 2009

Todas as pessoas tem impressões diferentes sobre as coisas que nos parecem normais, como seres viventes em sociedades.

"Homem é tudo igual, não vale nada"

Clichês à parte, quem nunca falou isso? Eu seique só na última semana eu devo ter falado pelo menos umas tres ou quatro vezes;

"Mulher é tudo igual, não vale nada"

Sim, o texto acima também vale para essa última afirmação. De onde nós tiramos todo esse ódio de nossos lindos e pequenos coraçõezinhos, meu Brasil?

A meu ver, o negócio é o seguinte:

A sociedade sempre pregou independência demais aos homens. Nos últimos anos, essa independência, que deveria se conter somente ao campo financeiro (afinal de contas, ninguém quer depender de outra pessoa para manter a sua vida), foi atribuída também a outras áreas da vida feminina. Ao inves de motivação para que conseguissem mais, as mulheres não mais podem depender emocionalmente de homens ou de amigos, pois isso significa fraqueza de espírito e falta de competência. Não adianta dizer o contrário: toda essa busca cega por independência, quaisquer que sejam os campos de nossas vidas, tem nos endurecido perante as coisas que realmente importam na vida.

Para exemplificar isso, pego emprestado situações que vivi durante o meu mais longo relacionamento: nenhum dos dois podia se sentir por baixo. Sempre tinha algum no comando, e esse comando era alternado entre os dois ( normalmente quem estava tentando fazer com que o relacionamento desse realmente certo era quem estava por baixo ). Essa transferência de poder e falta de respeito nos levou a um desgaste emocional e físico que resultou em um final de namoro desastroso.

Agora uso-me de exemplos mais gerais: quantas vezes todos nós não passamos pela situação de gostar realmente de alguém e fazer tudo para ficar com essa determinada pessoa. De acordo com que o tempo passa, nos desiludimos e partimos para outra... dada essa nova condição, essa pessoa que anteriormente nos esnobava de repente se dá conta da importância da sua puxação de saco e começa a te procurar. A situação se reverte, você, que anteriormente já sentia-se ligado a essa pessoa, liga-se novamente e ela perde novamente o interesse; esse estupro emocional cíclio só tem fim quando um dos dois realmente enche o saco ( e normalmente tudo termina em briga ).

Nenhum de nós tem o direito de fazer com que alguém que acabou de desistir de nós volte atrás. Falo isso com a sabedoria da experiência, pois já sofri e já fiz sofrer muito baseada nessa eterna babaquice. Todos nós temos o direito de seguir adiante, com a cabeça para cima e sentindo-se melhor; afinal de contas, quem vive de passado é museu.

Para terminar a minha ilustração dessa pútrida atitude típica do ser humano, utilizo-me de uma conversa que aconteceu não tem nem duas semanas:

"- Eu achei que você não ia mais querer ficar comigo...

- Então, eu também. Só que você parou de responder as minhas mensagens e me atender, aí eu comecei a ficar meio cabreiro...

- Ou seja: você viu que tinha perdido aí começou a sentir falta?

- É."

Sim, senhoras e senhores. Por mais que eu gostaria muito de dizer que esse diálogo não passa de palavras randômicas com o conteúdo pré-determinado, mas isso tudo sendo ficção, isso não faz parte do mundo da ficção. Isso realmente aconteceu, e o contexto foi de uma amiga minha que ficava com um veterano nosso... e enfim. Eles tiveram uma briga e depois voltaram a ficar (mas nesse meio tempo ela começou a ignorá-lo, meio que sem querer). Ele ficou desesperado e pediu pra conversar. Eles voltaram a ficar e essa conversa ocorreu.

Enfim: todo esse texto deu-se ao fato de que até agora eu não consegui engolir essa baboseira toda. Eu não consigo entender como uma raça que tanto reclama da falta de afeto e carinho gostar tanto de fazer com que o próximo sofra... nada mais improta, desde que seus pés sejam constantemente beijados e adorados por pobres coitados que nos entregam seus corações de modo que possamos colocá-los no espeto.

Vale a pena dizer que eu também faço isso. Só que, assim como ocorre no A.A. e no N.A.: a aceitação da doença é o primeiro passo para a sua cura.

Falta isso a nós, seres humanos - como raça, não como ser individual: a capacidade de nos encaixar naquilo que tanto criticamos e, a partir daí, mudar essa condição.

Cheers, hot!

0 comentários:

Postar um comentário

Tecnologia do Blogger.
 

©2009Bangalô Mafagafô | by TNB